Kaitlin Roig falou sobre o massacre em entrevista à rede americana ABC.
Atirador invadiu escola de Connecticut nesta sexta e disparou contra alunos.
'Pensei que todos íamos morrer'. Este foi o testemunho de uma jovem professora que conseguiu esconder seus 15 alunos pequenos em um banheiro durante o massacre ocorrido nesta sexta-feira (14) em uma escola de Newtown, no estado americano de Connecticut.
Lutando para conter o choro, Kaitlin Roig, professora do ensino fundamental, relatou à emissora ABC a estressante odisseia por que passou para os alunos da escola Sandy Hook da vista do atirador que matou 20 crianças e seis adultos, antes de cometer suicídio. "Disse a eles: 'saibam que amo muito vocês'. Pensei que seria o último que ouviriam, pensei que todos íamos morrer", contou Roig.
Estavam aterrorizados e a professora decidiu começar um jogo para distraí-los, apesar do temor de saber que tanto ela quanto as crianças, com idades entre 6 e 7 anos, podiam ser as próximas vítimas.Os 15 alunos e a professora se esconderam em um banheiro escuro, enquanto do lado de fora se ouviam os tiros do atacante que matava crianças e professores.
Com a voz embargada pelo choro, Roig relatou a angústia daqueles momentos. Quando ouviu os disparos, reuniu as crianças - sua classe tinha uma grande janela perigosamente exposta - e as escondeu no banheiro pequeno.
Através da porta, empurrou uma estante e trancou o recinto por dentro. 'Silêncio', disse às crianças. 'Disse a elas que ficassem caladas. Absolutamente caladas', lembrou Roig.
Nesse silêncio assustador, ela e os alunos ouviram os estampidos nos corredores, a pouca distância de seu improvisado esconderijo. 'Disse a eles que havia meninos maus do lado de fora e que tínhamos que esperar pelos meninos bons', contou Roig.
Mas alguns começaram a chorar e outros a perguntar pelos pais, dizendo que queriam voltar para casa. Um deles pediu aos demais que não se preocupassem porque sabia caratê e os ajudaria a sair dali sãos e salvos, contou a professora.
Roig tentou acalmá-los, dizendo, 'tudo vai sair bem. Mostrem-me seus sorrisos'. 'Dizia a mim mesma, 'somos os próximos'', lembrou Roig, com pavor. Mas, os disparos cessaram, a polícia bateu na porta e disse que saíssem, pondo fim ao pesadelo.